Sartre e a crítica à concepção clássica de liberdade

Autores

  • Josieli Aparecida Opalchuka Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Palavras-chave:

Liberdade, Substância, Determinismo, Fenomenologia,

Resumo

O presente artigo apresenta a crítica sartriana à concepção clássica da liberdade, tendo em vista a concepção moderna e a determinista. Essa revisitação do pensamento clássico moderno torna-se estratégica no contexto do argumento central sartriano de que a liberdade não emana como um atributo substancial, mas se radica como projeto. Para tanto, recorreremos a Descartes, Espinosa e Leibniz. Quanto a Descartes optamos por refazer o caminho das Meditações, da primeira à quarta, evidenciando as principais noções de sua metafísica, a tomada do cogito e sua reflexão acerca da liberdade. Em seguida, serão expostas as críticas sartrianas à liberdade cartesiana, que estão expostas, especialmente, em Situações I. Em seguida, faremos uma breve exposição acerca da liberdade no contexto do determinismo, utilizando, para isto, Espinosa e sua concepção de substância primordial e Leibniz a partir da ideia de mônada. Com as noções destes autores acerca da liberdade, será então, exposta a crítica sartriana, reconstituindo, de maneira breve, a própria posição estabelecida em O Ser e o Nada, no qual Sartre discute o conceito de liberdade tendo como pano de fundo a discussão com Espinosa, mas, em especial, com Leibniz.

Biografia do Autor

Josieli Aparecida Opalchuka, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestranda em Filosofia, na linha de metafísica e conhecimento, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

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Publicado

2020-02-06

Edição

Seção

Artigos - Temático